quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A BIRD FOI À ESCOLA

"A BIRD E OS ALUNOS DA ESCOLA E.B 2/3 BERNARDINO MACHADO"
JOANE, VILA NOVA DE FAMALICÃO 
É sempre agradável ir à escola. Voltar à escola.

A escola é o lugar de todos. A escola é para todos. A escola integra, respeita a multiculturalidade, ao mesmo tempo que agrega condutas, atitudes cívicas, oferece coerência a determinados valores fundamentais. A escola trabalha o global, sem deixar de valorizar e dar voz ao individual.

Todos pertencemos à escola. Nunca esquecemos a escola. Ela marca-nos de alguma forma. Todos temos por hábito acompanhar os assuntos de relevância relacionados com a escola. Estamos atentos a isso. 

E é na escola que se encontra o fruto do futuro. É na escola que se abrem todas as possibilidades, se dão asas a sonhos e se aprende a “descer à terra”, se abrem todas as portas da imaginação, da razão e da opinião. É lá que se travam lutas e se vivem momentos inesquecíveis de tão marcantes. A angústia e a felicidade. Porque tudo o que acontece na escola é alvo de análise, reflexão, negociação, debate. A escola não fecha portas, mesmo quando pareça a este ou àquele professor, este ou àquele aluno, este ou àquele encarregado de educação que se está a trabalhar às escuras; que não se vejam frutos imediatos; que o tempo pareça irremediavelmente perdido. Mesmo assim, mais tarde, estaremos a (re)lembrar a escola como um marco, como um espaço-tempo da nossa vida que deixou as suas marcas indeléveis. É uma aprendizagem para a vida, em todos os sentidos. 

Não seríamos nada sem a escola.

É precisamente neste enquadramento que se assume o título deste artigo, “a Bird foi à escola”.

No âmbito do tema “A escrita jornalística”, fui convidada para ir à Escola EB 2, 3 Bernardino Machado, em Joane, Vila Nova de Famalicão, para falar com os alunos sobre o espaço de opinião – “opinião: cada um tem a sua” – da revista online Bird Magazine, projecto no qual participo com uma crónica quinzenal. 

Imediatamente fui assaltada por uma ideia: levar comigo o responsável pela minha participação neste espaço de opinião. Aquele que me convidou e, carinhosamente, me deu o título de “cronista residente”. Aquele que faz parte do nascimento deste espaço de opinião, fruto de um trabalho académico, e que teima em não o deixar morrer.

Foi assim que lancei o convite ao Ricardo Pinto, meu ex-aluno (não gosto da palavra ex neste contexto, pois, para mim, uma vez aluno para sempre aluno), para me acompanhar em mais este desafio. Tenho por hábito deslocar-me a escolas para falar da escrita e aqui fazia-me todo o sentido que o Ricardo, co-fundador e actual administrador da Bird Magazine, com formação em Comunicação Social, me acompanhasse nesta experiência.

Esperavam-nos alunos das turmas de 7.º ano (os mais difíceis, avisavam-nos), na biblioteca da escola, acompanhados das suas professoras de Português e da professora bibliotecária, de quem tinha partido o convite.

A sessão, posso dizê-lo, foi um sucesso para todos os intervenientes – que é isso a escola: o lugar onde se procura atingir, como reduto, o sucesso, o que nem sempre sendo possível, leva, por isso, a trabalhar e a gerir forçosamente os fracassos, os desalentos, mas isto será reflexão para outro correr de tinta. 

O Ricardo Pinto começou por expor uma visão histórica da evolução do jornalismo de imprensa, do pré e pós 25 de Abril; e passou a apresentar o projecto da Bird Magazine, que nos tinha levado lá.

A mim calhou-me, como é hábito, falar da escrita. Dei-lhes a conhecer as principais características da crónica, do texto de opinião; e li-lhes excertos, enquadrando-os nos textos a que pertenciam e nos temas que abordavam.

A parte mais interessante foi a parte das questões, curiosidades, debate de ideias, que é sempre um momento gratificante nestas sessões com alunos, já que eles colocam questões realmente do seu interesse, e por isso bastante pertinentes. São normalmente curiosidades que têm, onde se vê que, por ali, como por um estreito canudo, espreitam para uma forma de futuro possível. 

Ficaram agradavelmente surpreendidos por nos verem ali, nós também, professora e aluno. Como eles, afinal. 

É isto a escola, lugar da diversidade, mas também da coesão. O espaço da partilha e de todas as aprendizagens. O espaço-tempo reunido: passado, presente e futuro.

Anabela Borges

1 comentário:

  1. Sempre que regressámos à escola, sentimo-nos jovens, mas achámos as carteiras cada vez mais pequenas.

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