sexta-feira, 24 de junho de 2016

PAULO ABRE PORTAS AO ATIVO

JOÃO RAMOS
Nos últimos dias, a Monta-engil anunciou a contratação de Paulo Portas reforçando a sua competência e experiência na área politica. Curiosamente a mesma empresa, que anos antes, contratava um famoso ministro das obras públicas socialista “recém-demitido”, pelo excelente trabalho realizado, para os seus quadros.

No caso de Portas, e à semelhança do que acontece com a generalidade dos ex-governantes e ministros em Portugal, irá desempenhar um cargo, em sintonia com a sua formação académica (jornalismo), de consultor para uma empresa intimamente ligada ao Estado.Demonstrando um despudor enorme, nem sequer respeitou o designado período de “nojo” que deveria atrasar a sua eleição para o cargo, por razões óbvias de conflitos de interesse e transferência de informação privilegiada para os seus novos “patrões”. Mais uma vez, fica patente o retracto medonho do sistema político português, no qual se desenvolvem ligações de promiscuidade e de favores, o que contribui de forma inexorável para a degradação dos valores democráticos e para a descrença nos políticos portugueses. A este novo emprego, Paulo Portas deverá acrescentar o de comentário dos assuntos da semana no jornal de domingo da TVI, mantendo-se popular e figura regular no seio da população. De certa forma, a vida política sofrerá apenas um período sabático e quem sabe, no espaço de uma década, não será ele um putativo candidato a presidente da república ou a regressar ao seu partido. Uma coisa parece certa, a taxa de emprego entre os ex-governante e ex-ministro apresenta valores extremamente positivos, em claro contraste com a ética e os valores de boa governança.

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