domingo, 10 de julho de 2016

OBESIDADE INFANTIL

JORGE FREITAS
A infância é um período de profundas alterações, em especial na idade escolar, fase que se encontra entre os seis e os nove anos. A criança está assim perante a sua socialização estando sujeita a um desenvolvimento intelectual e afectivo em grande escala. É nesta altura que a criança desenvolve o conceito de “indivíduo social” e aprende a adaptar-se à escola e a aceitar os seus companheiros de aula, é nesta idade que a criança deixa de estar tão agarrada à mão dos pais e torna-se pré adolescente, tentando criar a sua própria identidade, muitas vezes à imagem dos colegas. Uma complicação algo frequente nesta idade, é a Obesidade.

Muitas vezes esta condição origina baixa auto-estima, por conseguinte, falta de confiança, bem como problemas de saúde. Uma criança com excesso de peso é um potencial adulto obeso, e com todas as implicações de saúde que desta condição advêm.

Por vezes pode ser difícil aos pais reconhecerem que os filhos têm excesso de peso, no entanto, quando têm consciência do problema não sabem o que fazer.

O ambiente onde a criança vive, os seus comportamentos alimentares e porque ainda é criança, os dos seus progenitores, juntamente com a herança genética, condição socioeconómica e o sedentarismo, são determinantes na instalação, mais ou menos insidiosa da obesidade.

A obesidade infantil tem grande incidência, estando relacionada com vários factores como os genéticos, ambientais, psicológicos, falta de actividade física e principalmente com a má alimentação. Quanto mais cedo for reconhecida e identificada a patologia, melhores resultados serão atingidos, evitando uma série de complicações.

Portugal é o vice-campeão euro­peu da obesidade infantil. Um te­ma que está à preocupar em grande escala, as autoridades de Saúde ao nível mundial, mas so­bretudo em Portugal.

A OMS revela “níveis preocupantes” de excesso de peso resultantes de uma má alimentação e inactividade física. De acordo com dados recolhidos por exemplo entre 2009 e 2010, a Grécia lidera, na percentagem de crianças de 11 anos com excesso de peso (33%), seguida de Portugal (32%) e da Irlanda e Espanha (ambas com 30%). No fim da lista encontram-se a Holanda e a Suíça, com 13% e 11%, respectivamente.

Em Portugal, uma em cada três crianças tem este problema de saúde. Segundo o estudo 2013-2014 da APCOI (Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil) que contou com 18.374 crianças (uma das maiores amostras neste tipo de investigação): 33,3% das crianças entre os 2 e os 12 anos têm excesso de peso, das quais 16,8% são obesas.


Cabe também e essencialmente aos profissionais de saúde combaterem a já chamada “epidemia do Séc.XXI, como é a Obesidade Infantil e realizarem esforços, no sentido de proporcionarem uma boa qualidade de vida à criança, tendo em atenção os seus estilos de vida e hábitos alimentares saudáveis, através de medidas como a educação para a saúde e programas de Saúde Escolar. É imperioso que estes profissionais desenvolvam conhecimentos que lhes permitam ter uma intervenção cada vez mais abrangente, tendo em vista a satisfação das necessidades da criança/família a todos os níveis.
Alimentação racional e equilibrada

O alimento e a alimentação significam mais do que o fornecimento de nutrientes para o crescimento e manutenção do corpo.

Para podermos ter a perceção do que é uma alimentação racional e equilibrada, temos que fazer referência à Roda dos Alimentos, que não é nada mais do que uma representação gráfica, criada pelos portugueses na década de 70 no âmbito da campanha de Educação Alimentar “saber comer é saber viver”, e que nos ajuda a melhor saber e combinar os alimentos que deverão fazer parte da alimentação diária.

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