sexta-feira, 22 de julho de 2016

SAÚDE ORAL NOS IDOSOS

LARA RIBEIRO
Com o avançar da idade, começamos a perceber grandes alterações no nosso corpo, tanto a nível estético como funcional e a boca e os nossos dentes não são uma exceção. Os problemas mais comuns que surgem com a idade são as cáries, principalmente as cáries radiculares (raízes dos dentes), a doença periodontal (gengivas), a perda de dentes, as alterações funcionais da cavidade oral (mastigação), o desgaste dentário, o cancro oral, a xerostomia (sentir a boca seca) e a dor crânio-facial. Outras alterações associadas à idade estão relacionadas com o aparecimento de mucosas sensíveis e finas, alteração da cor dos dentes e diminuição da perceção de certos sabores.

A primeira consulta é muito importante para se perceber que problemas de saúde geral o idoso tem, que medicação toma (nunca esquecer de levar a medicação para a primeira consulta), para que se construa uma história clínica que ajude o Médico Dentista a perceber a causa dos problemas, como consequências orais das patologias que o paciente tem. Alguns medicamentos, quando tomados de forma continuada, tem repercussões na cavidade oral e nos tratamentos. O Médico Dentista poderá ajustar a terapêutica prescrita e realizar os tratamentos na cavidade oral com segurança, diminuindo ou mesmo evitando interferências desses medicamentos.

A perda dentária é muito frequente nas pessoas idosas. Por isso, devemos procurar manter os dentes naturais usando os recursos da Medicina Dentária. Um único dente pode ser um meio de retenção de uma prótese removível, durante alguns anos. Os cuidados preventivos a ter com este dente, nomeadamente o número de visitas a realizar ao Médico Dentista, devem ser os mesmos, como se existissem mais dentes na cavidade oral. Desde que os dentes não apresentem problemas de cárie, doença periodontal (gengivas), ou não estejam a provocar trauma das mucosas ou qualquer outra alteração que possa prejudicar a saúde em geral, devem ser mantidos. 

As consequências da perda de dentes são inúmeras. Para além das alterações estéticas, fonéticas e funcionais a perda de um dente provoca na boca alterações, nomeadamente nos outros dentes, pois altera a relação que entre eles se estabelece. Isto é, os restantes dentes movem-se para os espaços que ficam “vazios” sofrendo rotações e versões e alterando a oclusão (mordida).

Deste modo, a perda dentária no idoso pode ser compensada através de tratamentos com prótese fixa ou prótese removível. Os tratamentos com próteses removíveis são os mais comuns, devendo o idoso reabilitado com prótese ser alvo de uma atenção contínua pelo Médico Dentista. Este profissional terá uma atenção preventiva, no sentido de avaliar a necessidade de modificações e readaptações.

A manutenção das próteses exige alguns cuidados, tais como higienização após as refeições (das próteses e dos dentes naturais, caso existam), limpeza feita com uma escova especial para próteses, ou uma escova das unhas com cerdas de nylon e um pouco de dentífrico, um pouco de sabão ou um produto específico para higienizar próteses, de forma a evitar-se a formação de manchas. Por fim, a passagem por água abundante. Remover as próteses durante o sono, diariamente, para que as mucosas descansem durante algumas horas, salvo em raras exceções; conservá-las em água, mas associada ao uso de pastilhas desinfetantes comercializadas (meios alcalinos). Sempre que surja um “mal-estar” na mucosa oral, procurar a ajuda do Médico Dentista.

Os beneficiários do Complemento Solidário para Idosos podem dirigir-se a uma Clínica de Medicina Dentária para a realização, a readaptação ou para consertar as próteses. O Médico Dentista fornecerá então uma cópia da receita médica da prótese, a fatura discriminada da despesa e o recibo de pagamento. Estes documentos deverão ser entregues no Centro de Saúde, que verifica toda a documentação. O pagamento é efetuado pelo Instituto da Segurança Social e traduz-se numa comparticipação até 75% (máximo 250 euros a cada 3 anos) da despesa, na aquisição e reparação de próteses dentárias.

Informe-se com o seu médico dentista. Cuide de si, nós podemos ajudá-lo! O sorriso não tem idade.

Sem comentários:

Enviar um comentário