quinta-feira, 10 de novembro de 2016

OS PROCESSOS DE INTERNACIONALIZAÇÃO E A NECESSIDADE DO SEU PLANEAMENTO

RUI LEAL
No mercado global em que hoje nos inserimos, as oportunidades de negócio surgem em qualquer parte do globo, devendo, sobretudo as pequenas e médias empresas, estarem preparadas para enfrentar os desafios daí decorrentes.

As empresas devem estar devidamente preparadas para enfrentar estes desafios de modo a que a sua sobrevivência não fique comprometida.

O segredo de um bom negócio e da consequente expansão da empresa pode estar nos mercados em que opere. Para isso é fundamental que esteja atenta para as melhores oportunidades que podem surgir, a mais das vezes, de mercados distantes, tanto fisicamente como culturalmente.

Para qualquer empresário, a tentação de abraçar, rapidamente, um processo de internacionalização, é enorme, sustentada, muitas vezes, apenas numa visita ao país ou mercado em causa, onde apenas contactou com um ou outro parceiro, avançando sem ter qualquer conhecimento das realidades locais aos seus mais variados níveis (culturais, demográficos, geográficos, económico-financeiros e jurídicos).

Planos de negócio

A primeira arma que o empresário tem ao seu dispor consiste na elaboração cuidada de um plano de negócios.

Este documento servirá como guia de orientação e concretização de toda uma estratégia empresarial, devendo ser elaborado por uma equipa multidisciplinar e com conhecimento profundo dos mercados a operar.

Naturalmente que as PME não dispõem de estruturas internas capazes de elaborar, de forma eficaz, este planos de negócios, pelo que a sua realização deverá ser contratada externamente.

A primeira coisa a fazer será estabelecer contacto com os serviços de apoio nacionais e locais (dos mercados de destino), sejam eles institucionais ou privados, desde que possuam a experiência e contactos dedicados ao objectivo pretendido.

Está demonstrado que as empresas que recorrem a estes serviços de apoio têm mais sucesso e acabam por crescer de forma sustentada.

Aliás, a dimensão competitiva das empresas resultará sempre da soma da sua capacidade interna e da capacidade de mobilização de recursos externos para o sucesso dos projectos que abrace.

Ainda inserido nos planos de negócio encontra-se uma análise minuciosa aos mercados que se pretende trabalhar.

É necessário recolher o máximo de informação, e encontrar empresas que tenham tido experiências similares, preparando-se, assim, para eventuais alterações que sejam necessárias realizar no decurso do processo de internacionalização.

É igualmente necessário realizar estudos de mercado e testes prévios à aceitação dos produtos/serviços que permitam aferir do interesse do mercado de destino, bem como de todo o seu potencial.

Logo de seguida é fundamental estabelecer contactos e parcerias locais, bem como investidores dedicados, de forma a facilitar todo o processo, montando assim a equipa de gestão ao exigente contexto internacional.

Ora, este tipo de plano, pelas suas diversas vertentes e especificidades, deverá ser sempre elaborado e acompanhado por especialistas.

Passos obrigatórios no processo de internacionalização

1. Socorrer-se de especialistas

Dadas as vastas especificidades de um processo de internacionalização, qualquer empresário não pode, nunca, ter a veleidade de pretender avançar, sozinho, para uma empreitada deste tipo.

Qualquer empresa deverá buscar o apoio de profissionais especializados e competentes, devidamente formados e informados, com experiência operativa nos mercados em causa, permitindo assim minorar todos os riscos inerentes ao desbravar de um caminho desconhecido.

2. Informar-se devidamente

As empresas devem estar cientes da necessidade de deterem o conhecimento o mais profundo possível dos mercados em que se pretende operar, nomeadamente quanto à sua dimensão e circuitos de produção/comercialização e à dinâmica da procura/oferta específica.

3. Fazer as alterações necessárias

Quase sempre é necessário adaptar a estrutura organizativa, financeira e de recursos humanos para os mercados de destino, não só pelo evidente aumento da exigência estrutural do processo, mas também pela sua especificidade, sendo fundamental perceber e estar disponível para a necessidade de uma grande maleabilidade organizacional que, a qualquer momento, pode ter de ser alterada.

Qualquer empresa deverá sempre, em qualquer circunstância, ter presente estes pontos fundamentais sem os quais qualquer processo de internacionalização não passará de uma mera carta de intenções ou, a passar para a prática, correrá o sério risco de se tornar um perigo para a sobrevivência da estrutura empresarial em causa.

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