terça-feira, 1 de novembro de 2016

PELO SIM, NÃO PELO NÃO

SÉRGIO LIZARDO
Ser positivo é… positivo. Há explicação melhor? Não há, pois não? [Se nós temos sempre a vida que queríamos ter? Não temos. Se nós temos todas as pessoas que não devíamos ter perdido? Não temos. Se nós temos, sempre ao pé, quando precisamos delas, as pessoas que amamos? Não temos. Se nós temos a certeza de que as que temos, teremos por muito tempo? Não temos. Se nós temos todas as coisas que nos dava jeito ter? Não temos. Se nós temos a capacidade de acertar sempre? Não temos. Se nós temos a fórmula secreta da sorte? Não temos. Se nós temos a capacidade para um dia virmos a saber tudo? Não temos. Se nós temos escrito, numa linha da palma da mão, qual o caminho melhor para nós? Não temos. Se nós temos mais uns minutos para certas horas curtas que os deviam ter? Não temos. Se nós somos felizes as vinte quatro horas de todos os dias do ano? Não somos. Se, por não termos sempre estas coisas e às vezes pensarmos que não as temos, nós somos negativos? Não somos. Melhor – reformulando: se nós somos negativos por assumirmos os nãos que a vida nos traz? Claramente: não! Somos renegadores de nãos para podermos ser chamadores de sins! Renegamos os nãos e chamamos os sins para os seus lugares: acreditando neles, chamando por eles, e fazendo-os acontecer. Repito: fazendo-os acontecer, porque viver o dia-a-dia é isso; esperar por eles, pelo contrário, é morrer um pouco todos os dias.] Não ser negativo é positivo. Acreditar no positivo é mais positivo. Viver fazendo o positivo acontecer é mais positivo ainda. [Já imaginei isto: uma bola de positivos, empurrada por mim, a rolar sobre outros positivos, e eu a vê-la crescer, crescer, crescer... como a neve. E não me pareceu tão ficção científica. Não me pareceu, sequer, ficção!] Precisamos, todos, do positivo. Precisamos, todos, de estar ligados. Somos, todos, electricidade, e – sabemos todos – na electrónica, precisamos do positivo e do negativo para que funcione. Mas o negativo nós já temos certo, o positivo é que não. O negativo, já o temos, por defeito de fabrico; o positivo, temos nós que o fazer, como numa actualização de sistema operativo feito de carne, osso e outras fragilidades de gente, que só pode melhorar. Se temos que ser positivos? Temos. Temos mesmo! Sabemos – embora nem sempre nos lembremos – que precisamos, para melhorarmos, de ser fortes, e temos que muscular as atitudes que vamos tomando com um muito nosso “Ai não, que não acontece! Acontece, sim! Se dá para fazer acontecer, guardem os nãos!”. GUARDEM OS NÃOS! Que bom que era que, de cada um de nós, no seu fim, dissessem: «E assim se fez, num pleno SIM.».

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