domingo, 22 de janeiro de 2017

UM PAÍS DO "FAZ DE CONTA"

MOREIRA DA SILVA
São tantos os eleitos para cargos públicos que enriquecem, e continuam e enriquecer à custa do erário público, à custa da corrupção, e continua-se no «faz-de-conta» que nada se passa continuando a emprestar-lhes o voto e a considerá-los pessoas integras, inteligentes e honradas. Até são defendidos pelos seus eleitores que lhes emprestaram o seu voto, como não querendo saber da realidade, muito menos da habilidade que esses políticos tiveram para engordar as suas contas bancárias.
Para a governação, se há alguma situação positiva na área financeira é porque o mercado confia e acredita nas políticas governamentais, mas se algo corre mal, então o que acontece é o «faz-de-conta» que é a conjuntura internacional. É a narrativa evolutiva que veste a flexibilidade para contornar as dificuldades e se adaptar às necessidades.

Se as pensões e reformas são aumentadas e os pensionistas e os reformados começaram a receber menos é o «faz-de-conta» que está tudo bem, os duodécimos vieram atrofiar ainda mais a vida de quem tem falta de dinheiro para pagar a alimentação, medicamentos, água, luz e tantas outras. Como se os nossos idosos não tivessem necessidade de comer todos os dias e não tivessem direito à qualidade de vida!

A governação tentou vender-nos a ideia que ao dividirem o BES em dois bancos: o «Banco Mau» e o «Novo Banco» seria uma boa solução para mais um problema financeiro. Fizeram de «faz-de-conta» que o «Banco Mau» ficaria com os «tóxicos» e o «Novo Banco» ficaria limpo dos «tóxicos» para ser bem vendido. O que se verifica é que só apareceu um comprador (fundos americanos) a oferecer uma ninharia pelo «Novo Banco». A realidade veio-nos mostrar que afinal ficaram dois bancos maus!
A Justiça «faz-de-conta» que funciona bem e rapidamente, e não há uma justiça para os ricos e outra para os pobres. A exclusão social é um «faz-de-conta» que não existem excluídos na sociedade, nem existe pobreza, nem fome e que os idosos recebem pensões ou reformas compatíveis à sua dignidade, ao nível de vida e à sua sobrevivência.

O caso do atual ministro Augusto Santos Silva ter dito que a Concertação Social era como uma «feira de gado», vem na senda da sua «confissão» pública que o que mais gostava era de «malhar na Direita» e da afirmação do antigo ministro Jorge Coelho que também «confessou» que «quem se mete com o PS leva». É o «faz-de-conta» que vivemos em democracia e que não foi bem assim, pois não passaram de simples «lapsus linguisticus».


Provavelmente será melhor que assim seja, para a nossa saúde mental! 

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