terça-feira, 20 de junho de 2017

O TURISMO EM PORTUGAL – A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO

RUI CANOSSA
De acordo com o INE, no 1.º trimestre de 2017, as atividades ligadas ao Turismo empregam 294 mil indivíduos, mais 40 mil do que no período homólogo de 2016 (+15,6%) Ø A população empregada nos setores do Alojamento e da Restauração e Similares representa 6,3% do total da Economia, no 1.º trimestre de 2017, (5,6% no 1.º trimestre de 2016) Ø Em Portugal, 51% da população empregada pertence ao sexo masculino, enquanto que, nas atividades ligadas ao Turismo 57% das pessoas são mulheres Ø 95% da população empregada no setor do Alojamento trabalha por conta de outrem, enquanto que na restauração e similares esta percentagem desce para 71% Ø 96% da população empregada no setor do Alojamento trabalha a tempo completo, enquanto que na restauração e similares esta representação desce para 85% Ø 45% da população empregada no Alojamento tem o ensino básico (até ao 9.º ano). Essa quota aumenta para 65% quando nos referimos à Restauração e Similares Ø 22% dos empregados no setor do Alojamento tem habilitação superior Ø 42% dos empregados no setor do Turismo tem 45 e mais anos. 

Estas estatísticas permitem refletir sobre a importância, não só do Turismo na nossa Economia nacional mas também da cada vez maior importância de se apostar na educação no setor. De facto, podemos assistir a duas realidades, 45% da população empregada no Alojamento tem o ensino básico (até ao 9.º ano). Essa quota aumenta para 65% quando nos referimos à Restauração e Similares, ou seja, baixas qualificações académicas. Mas, 22% dos empregados têm já habilitação superior. Ora se Portugal quer apostar no turismo tem de se posicionar na qualidade elevada e isso implica maior aposta na produtividade da mão-de-obra, que é como quem diz na formação superior. 

Mas e no meio? No meio temos os cursos de planos próprios como o Curso de Turismo Cultural e Recreativo ministrado no Colégio de S. Gonçalo em Amarante. A aposta em quadros intermédio vem facilitar a empregabilidade de um cada vez maior número de jovens com dupla certificação, um diploma escolar e profissional de nível 4 de acordo com o Quadro de Nacional de Qualificações. Posteriormente, os jovens podem ingressar no Ensino Superior para aumentar a percentagem de profissionais com Curso Superior, mas os outros já não têm o nível de 9º ano e ao mesmo tempo injetar sangue novo num setor onde predominam os mais de 45 anos.

A Estada média em Portugal é de 3,3 noites para o mercado externo e de 1,6 noites para os residentes (-0,1 noites em ambos os casos, face ao 1.º trimestre de 2016); Ø Lisboa ocupa o 1.º lugar no ranking do país em termos de dormidas, com 2,7 milhões (+13% face ao período homólogo de 2016); Ø TOP 5 com 3,8 milhões de dormidas (+3% face a 2016) representa 60% dos estrangeiros. Neste grupo, Espanha foi o único mercado a registar decréscimo (-22%), decorrente do facto de, em 2016, a Páscoa ter sido em março e, em 2017, em abril. Ø Os Proveitos atingem 448,9 milhões € que se traduzem num aumento homólogo de 14%; Ø Receitas turísticas ascendem a 2,2 mil milhões € (+12%). Destaque para aumentos do Brasil (+61%), EUA (+37%), Holanda (+14%) e França (+13%); Ø Taxa de ocupação - quarto atinge 49,9% (+3 p.p.) e cama 35,4% (+0,5 p.p.)

Finalmente, uma palavra para as remunerações. Um guia turístico com qualificação superior pode ganhar 150€ à hora! Dá que pensar não dá? 

O Turismo é uma paixão minha, muito antiga, não só como cidadão, mas também como economista e professor. Se há setor em Portugal no qual acredito que poderá ser a grande alavanca do crescimento económico é precisamente, o Turismo. Oxalá, o espírito empreendedor dos portuguese em cooperação possam arranjar formas cada vez mais eficazes para dinamizar a nossa riqueza cultural e natural e que essa possa constituir um fator de união, de crescimento, mas sobretudo de desenvolvimento para todos.

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