terça-feira, 19 de novembro de 2013

CEISDTAD: INVESTIGAÇÃO DE EXCELÊNCIA PARA CÁ DO MARÃO

CEISDTAD
DR
A investigação feita na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) não se faz apenas de laboratórios, ou do embainhar de tubos de ensaio e batas brancas.
A investigação de excelência na Quinta de Prados faz-se de gentes, gentes com vontade de ir mais longe e que, indo longe, alcançam algo que ainda ninguém alcançou.

A primeira pedra

Foi com esse querer que surgiu o Centro de Estudos e Investigação de Segurança e Defesa de Trás-os-Montes e Alto Douro (CEISDTAD).
A ideia original da criação deste projeto partiu, em 2011, do então reitor da academia transmontana, Carlos Alberto Sequeira, que na altura propôs ao docente da UTAD e atual representante do CEISDTAD, Galvão Meirinhos, uma colaboração daquela instituição com o Exército Português. Assim se lançou a primeira pedra para a construção de uma pequena unidade de investigação, o Observatório dos Conflitos Armados (OCA).
Da esq. para a dta. - Loureiro dos Santos e José Marques,
dois impulsionadores do CEISDTAD
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“Com um intuito de cooperação interinstitucional”, o OCA cimentou, através da assinatura de um protocolo com o Exército Português, “uma colaboração ativa com o Regimento de Infantaria nº13 (RI13) de Vila Real”, conta o docente.
Mais tarde, no “seguimento de um encontro com o presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, José Marques, e de uma troca de ideias acerca do Observatório, angariou-se o terceiro elemento da parceria”, ampliando o projeto a nível regional­­.
Iniciava-se assim algo pioneiro no seio das universidades portuguesas. Apesar de já se encontrarem especializações nas áreas da Segurança e Defesa, a sua maioria está ligada ao Exército Português e não a instituições do ensino superior.

O arranque do CEISDTAD

Foi, então, no dia 4 de março de 2013 que o auditório municipal de Sabrosa viu nascer o CEISDTAD. Fruto de uma parceria estabelecida entre a Câmara Municipal de Sabrosa, o Exército Português e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Nascimento do CEISDTAD a 4 de março de 2013, em Sabrosa
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O âmbito da ação do CEISDTAD (pode ler-se na respetiva página do Facebook) centra-se no estudo da guerra irregular em ambiente tecnologicamente sofisticado. À UTAD cabe o importante papel da investigação, divulgação científica, formação e respetiva certificação. 
Os seus objetivos passam por propor planos de estudos que integrem unidades curriculares das áreas da segurança e defesa. 
Desenvolver e apoiar candidaturas de projetos de Investigação e Desenvolvimento (I&D) a financiamentos externos.
Incentivar e promover a cooperação com outros centros de I&D, unidades de investigação e de estabelecimentos de ensino universitário nacionais e internacionais.
Promover a coordenação com o Centro Interpretativo e Museológico da Câmara Municipal de Sabrosa dos trabalhos de classificação, catalogação, digitalização e tratamento técnico e científico de acervos e espólios de figuras militares. 
Criar espaços de diálogo e de debate, organizar encontros científicos, congressos, conferências, colóquios e seminários, para divulgação da cultura científica e tecnológica e fomentar a publicação e a divulgação dos resultados dos trabalhos dos investigadores. 
O tempo foi passando e os frutos têm brotado de uma árvore que se enraíza em terreno ainda não plantado.
Além do RI13 de Vila Real, a região de Trás-os-Montes e Alto Douro conta, também, com outras importantes unidades do Exército, como o Regimento de Infantaria nº19, em Chaves, e o centro de Tropas de Operações Especiais em Lamego, fulcrais contributos para o CEISDTAD. 

Os frutos do CEISDTAD

A doação, por parte do general Loureiro dos Santos, um dos impulsionadores do projeto, antigo Chefe do Estado-maior do Exército e ex-ministro da Defesa, do seu acervo pessoal de natureza militar, política e académica, fez arrancar o Núcleo Museológico e Interpretativo do CEISDTAD, com sede em Sabrosa.
Galvão Meirinhos, em entrevista,
falou sobre a nova pós-graduação da UTAD
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Em janeiro, ganha corpo outro dos frutos do Centro, a pós-graduação de Comunicação Social em Conflitos Armados. Galvão Meirinhos, responsável pela pós-graduação, realça a linha da frente da conquista. “Estamos a erguer algo que ainda ninguém ergueu. No panorama das universidades portuguesas, a capacidade da criação deste Centro é algo único”.
A academia militar foi fundamental para a sua criação, “sendo que as unidades curriculares serão lecionadas em conjunto por professores da academia militar e por professores da UTAD”, acrescenta.
A pós-graduação surgiu após o encarar de algumas carências de formação para jornalistas em ambientes militares e de conflitos armados.
Pós-graduação em
Comunicação Social em Conflitos Armados
com inscrições abertas
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Durante um ano letivo, os alunos que pretendam especializar-se neste área, irão ter formação em Geopolítica, Conflitualidade Internacional, Jornalismo em Conflitos Armados ou Meios e Opinião Pública. Numa vertente mais prática e de investigação, irão ainda ser acompanhados em exercícios militares organizados pelo RI13, em regime simulado.
Para um futuro que se quer próximo, preparam-se já uma segunda pós-graduação, em Defesa, Segurança e Comunicação Estratégica e projetos de investigação inovadores na área da liderança militar, a cargo de um docente da casa, José Vasconcelos Raposo. Neste âmbito, está também a ser preparado um Assistente de Segurança Pessoal Digital. Este último permitirá “a partir de uma aplicação para dispositivos móveis, informar o sujeito sobre a taxa de criminalidade da zona, a probabilidade de ser assaltado, etc., a partir da coordenada geográfica onde este está inserido e do seu perfil”, explica Galvão Meirinhos. 

A investigação faz-se de gentes que querem ir mais longe. Assim se quis e o CEISDTAD surgiu. Os próximos tempos são de amadurecer chegadas e de desenhar novos trajetos.


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