quarta-feira, 27 de agosto de 2014

“QUEM TEM ALMA NÃO TEM CALMA”

A premissa de Fernando Pessoa serve de base para explicar revoltas internas, como a minha, pela
ALINA SOUSA VAZ
DR
incapacidade de fazer algo perante a barbárie que está a acontecer ao ser humano pelo mundo.

Contudo, hoje, uma brisa chegou com a notícia do cessar fogo permanente entre israelenses e palestinianos em Gaza. A pergunta que se coloca de imediato é: - Haverá esperança para estes povos?

Até quando líderes, movidos por interesses políticos, incitarão, covardemente, uma cultura de cólera no coração do seu povo contaminando o legado de pais para filhos?

A ortodoxia e o fanatismo doutrinário inflamados por um ódio secular levam grupos radicais sunitas a ter como objetivo primário a eliminação de Israel da história. Independentemente das suas histórias, que penso que alguns de nós não as sabe em concreto, todos os seres humanos têm direito a viver em paz. Esta devia ser a base de partida para as conquistas dos seus interesses políticos e territoriais.

Este conflito entre Israel e os grupos armados palestinianos, que se iniciou em 8 de julho, fez mais de 2.130 mortos do lado palestino e 69 entre os israelenses. Números que esses grupos armados usam para justificar a continuação da luta derramando o sangue de milhares de inocentes, incluindo o de cristãos e outras minorias religiosas. Com o intuito de levar a cabo o califado mantêm campanhas militares expansionistas, ameaçam todas as nações que intervenham provocando dor e sangue.

“Quem tem alma não tem calma” perante ideologias de ódio e genocídio que são refletidas no artigo 7 do Estatuto do Hamas, no qual se lê: “Há um Judeu escondido atrás de mim. Venha e mate-o!"
“Quem tem alma não tem calma” em ver armas escondidas em hospitais.
“Quem tem alma não tem calma” em ver escolas como pontos para lançamento de mísseis.
“Quem tem alma não tem calma” nas consecutivas interrupções de acordo de cessar fogo, mantendo o seu próprio povo como refém.

Mas hoje acordamos com uma “luzinha” que muitos não acreditam que continue a brilhar. A Luz da Esperança! Esperança que levou à comemoração pelo fim do conflito, onde tiros de alegria foram disparados para o ar, enquanto nas mesquitas se agradecia a Deus através de alto-falantes.

O Ministério das Relações Exteriores egípcio, mediador das conversações, informou que o acordo prevê a abertura imediata dos pontos de passagem entre Israel e Gaza para a rápida entrada de ajuda humanitária, equipas médicas e de meios para sua reconstrução.


A PAZ não tem preço. Não se compra nem se vende. Consegue-se atingi-la quando o ser humano está carregado de bons princípios morais, sociais, cívicos e, acima de tudo, quando tem respeito pelo seu semelhante. Palavras difíceis nesta guerra, eu sei, mas chega de se usar crianças como escudo-humano. 

2 comentários:

  1. O fundamentalismo não tem fim...
    Parabéns Alina, pela belíssima crônica.
    Dizer, ou melhor, escrever o que sentimos, é uma linda forma de contribuição a humanidade.

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  2. Foi muito inspirador professora. Parabéns, uma crónica excelente.

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