segunda-feira, 27 de junho de 2016

COMPREENDER A DIABETES (Parte 2)

JORGE FREITAS
QUE SINTOMAS  PODE TER UM DIABÉTICO?
 Entre outros sinais e sintomas, um diabético não tratado urina muitas vezes e em grande quantidade, tem muita fome e muita sede (por vezes chega a beber aproximadamente 5 litros de água por dia), mas, apesar disso pode estar magro e desidratado (a língua está seca e sabe a papel). As mulheres têm com frequência infeções urinárias e prurido (comichão) vaginal.
Na diabetes tipo 1 os sintomas surgem geralmente de forma rápida, podendo levar ao coma. Geralmente a criança ou jovem fica magra e desidratada.
Na diabetes tipo 2 os sintomas vão aparecendo de forma mais lenta.


QUAIS OS RISCOS INERENTES A DIABETES?
O excesso de glicose no sangue ao longo dos anos acaba por afectar vários órgãos e sistemas. Os olhos, o rim, a circulação dos membros inferiores, o funcionamento do coração e do sistema nervoso podem ficar comprometidos. Há também complicações da diabetes que podem aparecer de forma espontânea, e por em risco a vida da pessoa.
As complicações da diabetes separam-se em agudas (aparecem de repente) e crónicas (as que aparecem com o tempo e a gravidade da doença).
Ambas acontecem quando o diabético não tem a sua patologia controlada.
Entre as complicações aguadas da diabetes estão:
- Hipoglicemia/ coma hipoglicémico: A hipoglicemia como foi descrito anteriormente caracteriza-se por valores de glicose no sangue abaixo dos 70mg/dl. Pode surgir por exemplo por falta de uma refeição (períodos longos sem ingestão de alimentos), ou como consequência de excesso de medicação. Glicemias demasiado baixas podem levar ao estado de coma.
Felizmente, antes de entrar em coma, o corpo dá alguns sinais de alarme tais como: tremores, suores frios, sensação de fome despropositada, irritabilidade, visão turva, parestesias (formigueiros) nos pés e nas mãos. O diabético deve aprender a conhecer os seus sintomas de hipoglicemia, porque nem sempre são iguais, variando de pessoa para pessoa.
Se aparecerem alguns destes sintomas, que indiquem um quadro de hipoglicemia, o diabético deve fazer logo de imediato a ingestão de açúcar, aguardar aproximadamente até 10 min para que as queixas desapareçam, e de seguida fazer uma pequena refeição.
- Coma cetoacidótico ou cetoacidose diabética: O organismo não consegue aproveitar a glicose, que circula na corrente sanguínea, eliminando-a em grandes quantidades na urina. Para evitar que as células parem de funcionar o organismo vai utilizar a energia proveniente das gorduras e proteínas, está energia proveniente das gorduras irá dar origem a formação de corpos cetónicos, que poderão ser facilmente detectáveis com uma análise simples a urina.
- Coma hiperosmolar: Surge na diabetes tipo 2, sendo também muito grave. Embora os valores de glicemia estejam muito elevados, não aparecem corpos cetónicos na urina. Pode ser provocado essencialmente por erros alimentares e pelo facto de, com a idade, bebermos menos água por termos menos sede. É uma importante causa de morte nos idosos.
Como complicações crónicas da diabetes podem surgir:
Retinopatia, retinopatia diabética é um problema ocular que afeta os doentes com diabetes, e que pode levar a perdas de visão ou mesmo cegueira, esta complicação aparece lentamente e sem dor, quando surgem as queixas, já a retina poderá ter danos irreversíveis, por isso é de extrema importância a vigilância anual por um oftalmologista.
rim é outro órgão que pode ser atingido. Raramente causa dor, geralmente o primeiro sinal de lesão do rim, é o aparecimento de proteínas na urina (proteinúria), em estados mais avançados da doença, o rim pode mesmo deixar de funcionar, sendo depois necessário recorrer a hemodialise (tratamento que permite remover as toxinas e o excesso de agua do organismo, nesta técnica depurativa o elemento principal é uma membrana artificial que se encontra num dispositivo designado dialisador, normalmente conhecido por “rim artificial”)
sistema nervoso é também muitas vezes atingido pela diabetes, os sintomas podem ser alterações no funcionamento intestinal (como diarreia), do sistema urinário, perda de sensibilidade do tacto ao frio, calor ou a dor. É muito comum os nos diabéticos o aparecimento de feridas nos pés (que por vezes não sentem) e que podem levar em casos extremos a necessidade de amputação, daí a necessidade de cuidados redobrados com os pés nos doentes diabéticos, muitas das vezes os sapatos desadequados e unhas mal cortadas são a principal causa de feridas nos pés, dai a importância de saber escolher os mais adequados (ver link abaixo)http://birdmagazine.blogspot.pt/2016/06/calcado-para-diabeticos-como-escolher.html
A diabetes acelera também a formação de aterosclerose (termo geral que designa várias doenças nas quais se verifica espessamento e perda de elasticidade da parede arterial) nos grandes vasos que conduzem o sangue ao coração e ao cérebro.
A diabetes também se associa frequentemente a outros factores de risco cardiovascular, como hipertensão arterial, obesidade, triglicéridos e colesterol aumentado. Por estas razões a principal causa de morte nos diabéticos são as doenças cardiovasculares.
É assim fundamental e de extrema importância, um bom controlo da diabetes e de todos os factores de risco cardiovascular.

A DIABETES TEM TRATAMENTO?
Tem. Mas não tem cura. A atitude do doente diabético é tão importante para o seu controlo como a medicação.
Toda a família deve estar envolvida na conquista de um estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada, com exercício físico regular, sem tabaco e sem excessos.

EXERCÍCIO FÍSICO E A DIABETES
O exercício físico é de extrema importância, actividades como andar a pé, de bicicleta, ginástica, nadar etc, ajudam a “queimar” a glicose que se encontra em excesso no sangue. Trinta minutos de exercício moderado por dia ajudam a controlar a diabetes e a evitar as suas complicações. Os diabéticos não devem fazer exercício em jejum para evitar o risco de hipoglicemia.

ALIMENTAÇÃO DO DIABÉTICO
Os alimentos devem ser variados e distribuídos por várias refeições ao longo do dia.
Para um adulto, nas refeições principais uma pequena quantidade (cerca de 100g) de carne ou peixe é suficiente. As gorduras visíveis e as peles de aves devem ser retiradas. Deve-se comer sempre legumes, hortaliças ou saladas e, se não tem excesso de peso, uma porção de arroz ou massa (de preferência integrais). A sopa é excelente caso tenha pouca batata e seja temperada com azeite.
Deve-se dar preferência aos cozidos e grelhados, temperar com limão, ervas aromáticas ou um pouco de azeite. Para fritar deve-se dar preferência também ao azeite.
O pão (de preferência integral) e a fruta (não consumir mais que 2 peças por dia) devem ser consumidas no intervalo das refeições principais de modo a fazer dois pequenos lanches. O leite (meio gordo ou magro) e os iogurtes (magros, de aromas, sem fruta) podem ser uma alternativa. Por fim deve-se comer sempre alguma coisa antes de deitar, de forma a evitar muitas horas de jejum.
É essencial beber bastante água ao longo do dia.
Deve-se evitar os doces, o açúcar, os bolos e as bolachas, bebidas gaseificadas, os sumos de pacote, os fritos e os molhos.

MEDICAÇÃO DO DIABÉTICO
De acordo com a necessidade do mesmo, a medicação do diabético pode ser dividida em:antidiabéticos oraisinsulinaoutros medicamentos.
Antidiabéticos orais: Têm por finalidade ajudar a insulina (que o pâncreas ainda produz) a cumprir a sua função (normalizar a glicemia). Existem vários tipos de antidiabéticos orais que por vezes podem ter ser ser usados em associação.
Insulina (injectável) : É necessária sempre que o pâncreas não consiga fazer a sua produção.
Outros medicamentos: Pode ser necessário ao diabético tomar cronicamente outros medicamentos para o tratamento ou prevenção de complicações da diabetes.
O diabético deve ser muito cuidadoso na toma diária da sua medicação, visto que é de extrema importância para o controle da sua patologia.



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