segunda-feira, 25 de julho de 2016

QUERATOPATIAS DIGITAIS

FÁTIMA LOPES
No dia-a-dia é muito frequente ouvirmos dizer:…”não gosto dos meus dedos, tenho os dedos tortos e muitos calos…”

Efetivamente os pacientes recorrem ao Podologista apresentando queixas de dores ou processos inflamatórios crónicos resultantes de queratopatias digitais.

Exemplo de uma queratopatia digital bilateral 


Os dedos tortos apelidados pelos pacientes são clinicamente designados por deformações digitais com queratopatias (helomas, telomas ou hiperqueratoses) no dorso e nas zonas interdigitais, associada a processos de osteoartrose nas pequenas articulações interfalângicas principalmente no quinto dedo. Alguns estudos realizados nos Estados Unidos referem mesmo que as patologias de quinto dedo são as mais frequentes no antepé, resultando consequentemente que a cirurgia do quinto dedo seja a cirurgia mais realizada no antepé. Assim é importante tentar perceber quais as causas dessas deformações; nomeadamente as causas biomecânicas e encontrar um tratamento mais adequado ao paciente. Os tratamentos conservadores devem ser os de eleição tais como: 

desbridamento mecânico das queratoses e aplicação de cremes hidratantes emolientes/queratolíticos e aplicação de ortóteses digitais com o objetivo de descarga do local. Contudo quando os tratamentos conservadores falham, devemos ponderar um tratamento cirúrgico definitivo. As queratopatias digitais são definidas como um processo resultante de um espessamento anormal da capa córnea da epiderme nos dedos, geralmente consequência de uma fricção/conflito ou excesso de pressão de uma zona muito localizada com o calçado, com o solo ou com os outros dedos. Estas deformações podem ainda resultar de uma hipertrofia do tecido ósseo, associada a deformações osteoarticulares (osteoartroses, artrites deformativas,…), ou em muitos casos resultar de alterações de apoio ou de marcha.

Na avaliação da patologia queratósica digital deve ser valorizada a avaliação funcional do dedo e a flexibilidade da deformação, com especial atenção para o estado do aparato flexor glenóideo.


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