quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

O HOJE, O ONTEM, O AMANHÃ...

HERMÍNIA MENDES
No dia 31, logo pela manhã, resolvi retomar as minhas caminhadas matinais, que tinha interrompido quase há um mês em consequência de uma valente gripe/constipação muito forte. Estava um frio de cortar, mas tive, precisei de me levantar para exercitar sobretudo a mente.

O meu passo costuma ser acelerado, mas naquele dia não.

Percorri 10 quilómetros na ecopista, muitas das vezes quase a escorregar no gelo e pensei, conversei comigo ( a minha invariável companhia) e ouvi um pouco de música (ao fim da primeira hora acabou-se a bateria...): Hanz Zimmer e o Rei Arthur. A lenda que sempre me fascinou. A bravura, a preseverança, a resistência (porque não sou nem um pouco dada à novidade da resiliência), a imortalidade da alma e dos sentimentos. Avalon foi sempre o sonho dos sonhos.O fim último. 

Enfim...o ideal?....

Eis que com esta música e estes pensamentos, me aproximo do túnel de Gatão.
Olho para o vale e "vejo" a Serra de Eleonor e o Marânus de Teixeira de Pascoaes. 
A distância, afastamento e desaparecimento de Leonor Doge e a viagem do Poeta atrás do seu amor, do seu ideal, num vapor rumo a Londres.

A Avalon do Poeta? Penso nisso e no facto de que talvez seja uma barbaridade. Mas penso, convicta.
E todas as cartas, escritos e relatos de família me fazem ver e sentir o fascínio do Poeta do Marão por estas terras.

Naqueles raios de sol gelados da última manhã do ano, vai aparecendo a luz dos que partiram, mas que nunca nos deixaram...

Dou mais uns passos e entro no túnel, em direcção à luz ténue que surge ao fundo.
Esta luz é o dia seguinte. O hoje, o ontem, o amanhã...

Passar aquele túnel foi a minha transposição para o novo ano.
Cheguei a casa com a intenção de ligar o computador e desejar um Bom e Feliz Ano a todos os meus amigos, mas fui pensando e adiando.

Hoje, peço-lhes desculpa pelo atraso, mas aqui deixo o meu desejo que o Ano de 2017 seja muito feliz para todos. O melhor possível.

Que todos tenhamos conseguido passar o túnel em direcção à nossa luz.

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