sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

PASSOS COELHO E A TSU

JOÃO RAMOS
O PSD vetou na assembleia da república a descida da taxa social única, que seria condição necessária para a actualização do salário mínimo nacional. Apesar de considerar a medida em si, tremendamente injusta, uma vez que seriam os contribuintes a suportar despesas inerentes ao funcionamento empresarial (incentivando a proliferação dos baixas remunerações), esta decisão reflecte na íntegra a podridão do sistema político nacional. Para os mais esquecidos, convém recordar que foi precisamente Pedro Passos Coelho que, em 2014, defendeu a descida da TSU, exactamente nos meus moldes da proposta agora apresentada pelo governo. No entanto, na expectativa de retirar dividendos políticos dos desacordos entre os parceiros de coligação, o PSD contribuiu decisivamente para o impasse gerado e sobretudo para o chumbo da proposta socialista. O que me deixa mais perplexo, é a forma com que se abdica de princípios básicos e de uma linha ideológica definida, apenas com o objectivo de fragilizar a actual coligação e esperar- quem sabe um eventual cenário de eleições antecipadas- deixando o país numa situação delicada junto dos mercados internacionais. Porém, estou convicto que a prazo, a decisão de PPC irá reduzir as intenções de voto e a sua popularidade junto dos eleitorado com reflexos já nas próximas eleições autárquicas. Desta vez, o líder da oposição prestou um péssimo serviço público e contribuiu para degradar a imagem dos partidos e do sistema político junto dos cidadãos.

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