domingo, 9 de abril de 2017

VIOLÊNCIA NO DESPORTO

ANTONIETA DIAS
Por mais que tentamos encontrar razões explicativas para justificar a violência no desporto, não conseguimos encontrar motivos para que tal aconteça.

Segundo Freud e Adler “ a agressão resulta de uma frustração anterior.”

Todavia a sociedade, não pode ser responsabilizada pela incapacidade da concretização dos objectivos pessoais de cada um.

Na teoria de Bandura e Walters, a agressão é aprendida, assim como todo o comportamento humano, sendo que no caso do agressor as razões do seu comportamento criminoso reflectem uma aprendizagem e uma vivência de inter-relações inadaptada a uma sociedade humanizada, livre e democrática que diverge de todos os factores de socialização

Sendo pois os fenómenos de violência caracterizadas como perturbações psicológicas em que os recursos individuais disponíveis não são suficientes para o controlo da gestão emocional, comportamental e social do indivíduo, perante os fatos adversos vivenciados.

Sendo certo de que ao longo da época desportiva existem cerca de 124 mil jogos em todo o País, e apesar da maioria deles decorrerem com serenidade e sem actos de agressividade ou de violência, não podemos deixar de valorizar as agressões e a violência que surgem nalgumas situações.

São estes fatos que desvirtuam o espectáculo desportivo e acabam por gerar “revolta”, nas pessoas pelo mau comportamento desencadeado por indivíduos que não sabem controlar a sua postura violando as regras e os princípios da liberdade individual e colectiva.

De acordo com os dados divulgados pela comunicação social, este ano foram relatados cerca de 40 casos de agressões, conhecidas e divulgadas pelo impacto negativo que marcaram nas pessoas directamente envolvidas nos eventos desportivos e na sociedade em geral.

Sem dúvida que estes números ficam muito aquém da realidade existente.

Todos sabemos que nestes últimos tempos têm sido vivenciados eventos demasiado negativos no que concerne à violência no desporto, gerando uma enorme tristeza e desilusão pelo desrespeito das pessoas envolvidas no fenómeno desportivo.

Assim, tendo em conta o relato e a constatação destes fatos, surge a exigência da implementação de sanções contra os prevaricadores que não conseguem entender que o desporto envolve pessoas que merecem ser respeitadas independentemente dos resultados alcançados pelos clubes desportivos a que pertencem.

Os últimos acontecimentos representam um dos maiores atentados à dignidade e à liberdade dos homens. 

Um dos casos mais mediáticos e que despoletou a necessidade de um encontro urgente entre a Secretaria de Estado e os responsáveis pelo fenómeno desportivo teve a ver com a recente agressão num jogo entre o Canela e o Rio Tinto.

Este fato motivou a realização de uma reunião de emergência entre a Liga, Federação árbitros, jogadores e secretário de Estado, cujo objectivo preconizava a importância de definir regras e de delinear os caminhos para que as questões relacionadas com a violência no desporto passassem a fazer parte de um histórico lamentável que apenas irá servir como uma triste recordação dos malefícios do desporto.

Obviamente que campanhas de sensibilização irão contribuir para melhorar e minimizar a negatividade desencadeada por fatos de violência e dos atentados ao cumprimento dos valores implícitos da cidadania.

Todavia, isto não é suficiente e há necessidade de criar um regulamento no qual se definirão as sanções a atribuir não só no que se refere ao desempenho e cumprimento das regras do desporto bem como a aplicação de penas para quem incorre no seu incumprimento quer se trate de desportistas ou não.

A Secretaria do Estado sugere alterações em sanções contra a violência no Desporto, admitindo endurece-las o que irá de certeza contribuir para um melhor entendimento dos atletas e dos espectadores sobre o respeito e os deveres de cidadania que devem partilhar nos recintos desportivos e na sociedade civil em geral.

Todas estas decisões serão uma mais-valia para tentar minimizar e eliminar a violência no desporto.

Em suma, o espectáculo desportivo não pode servir como veículo de manifestações pessoais de insucessos insatisfeitos muito menos para práticas de comportamentos inadequados, inaceitáveis e merecedores de sansões punitivas pelo mau exemplo e prejuízo que causam. 

Temos o dever de aconselhar a quem não consegue gerir as suas emoções e desagrados pelos resultados menos bons que são obtidos no decorrer da actividade desportiva que fiquem em sua casa para evitar conflitos pessoais e colectivos, pois a serenidade, a paz e a tranquilidade devem ser mantidas.

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