domingo, 11 de junho de 2017

ELEIÇÕES AO PARLAMENTO BRITÂNICO 2017

TIAGO CORAIS
As eleições de 2017 para o Parlamento Britânico, serão uma das que ficarão para a história da política Britânica e representará a vitória da HUMILDADE contra ARROGÂNCIA, das IDEIAS contra os “CLICHÉS”, da CREDIBILIDADE contra o AUTO-ELOGIO, da AUTENTICIDADE contra a MENTIRA, da DEMOCRACIA contra o NARCISISMO.

A Democracia derrotou a “ganância” de Theresa May e dos Conservadores que pensavam que eram “donos” dos votos.

VENCEDORES

Ouvi na rádio um analista político que dizia que nenhum partido ganhou, ou melhor que todos os partidos perderam. Não concordo de todo com esta afirmação, mas não tenho dúvidas o grande vencedor é Jeremy Corbyn e apesar de ser líder do Labour há um ano e meio, foi nesta eleição que ele realmente conquistou a liderança do seu partido.

RAZÕES PORQUE O LABOUR NÃO GANHOU

A principal razão poderemos dizer que foi o tempo curto de campanha, mas existem alguns motivos que para serem identificados será preciso conhecer a sociedade Britânica. O pragmatismo Britânico funciona muitas vezes na hora de votar. Uma franja do eleitorado Britânico prefere estabilidade política, mesmo que isso represente votar no partido que não gosta. O Labour, depois de perder a capacidade de eleger a maioria dos deputados na Escócia, para ter a maioria absoluta e capacidade de governar com estabilidade sozinho, tem que ter mais deputados no resto do Reino Unido do que o melhor resultado alcançado por Tony Blair. Uma das muitas lições que apreendemos com estas eleições é que tudo é possível, mas aos olhos dos Britânico, quer em 2015, quer em 2017 o Labour poderia ganhar com minoria, mas como não tinha condições para fazer uma aliança, não dava garantias de conseguir formar um governo que garantisse a estabilidade tão desejada, ou seja, que conseguisse um apoio superior a 50% dos deputados no Parlamento. Acho que com estas eleições esta percepção será alterada e por isso, se o Labour não cometer erros e aproveitar o momento para crescer, será certamente o próximo partido a Governar o Reino Unido.

ESCÓCIA

O Labour Party já dava como perdida a Escócia por muito tempo, mas estas eleições demonstram que é possível voltar a recuperar alguns dos assentos ao Partido Nacionalista Escocês. Na minha opinião os Conservadores ganharam 12 assentos, porque têm uma líder forte que cativa o Escoceses. Por isso, se o Labour na Escócia souber organizar-se e apresentar propostas que vão ao encontro dos Escoceses estou certo que conseguirá recuperar uma boa parte dos seus deputados.

PRÓXIMOS PASSOS DO LABOUR

O próximo passo do Labour é demonstrar unidade, criar uma equipa coesa e energética, que galvanize os Britânicos. O segundo passo é trabalhar para recuperar os assentos na Escócia. Também deve continuar a mobilizar a juventude como o fenómeno Corbyn tem feito. Por último não esquecer que o Labour existe para contribuir para uma sociedade coesa, justa e em que todos merecem ter uma vida digna.

CONSERVADORES E A CAÓTICA COLIGAÇÃO

A grande derrotada destas eleições foi Theresa May que marcou estas eleições para que a sua liderança fosse fortalecida para as negociações do Brexit com os seus “parceiros” Europeus e aconteceu o contrário. Disse em campanha que se perdesse 6 deputados seria Corbyn e uma “caótica” coligação que iriam liderar o País. Ironia das ironias, ela e os Conservadores irão fazer uma caótica coligação com o partido ultraconservador da Irlanda do Norte e na minha opinião os Tories serão contaminados por esta perigosa coligação. O Partido Conservador na Escócia já ameaçou que pode vir a separar-se do Partido Conservador Britânico, apesar que iria manter uma relação próxima com Partido na Inglaterra e País de Gales.

Na minha opinião, Theresa May está a prazo e iremos assistir nos próximos tempos a uma inversão dos papéis no Parlamento Britânico. Os Conservadores irão estar desunidos e todos os dias serão capa de notícias pelas piores razões, enquanto que Corbyn e o Labour Party irão estar galvanizados e focados em se credibilizar. Yvette Cooper que foi candidata contra Jeremy nas primeiras eleições à liderança do Labour Party, já admitiu que poderia ser ministra sombra de Corbyn, o que levará que muitos outros deputados farão o mesmo. Acredito, por isso, que as negociações do BREXIT com a UE serão muito mais difíceis para o Reino Unido, a arrogância e a linha dura do Brexit acabaram, assim sendo em breve iremos ter novas eleições. O Labour e os outros Partidos Progressistas têm que estar preparados como se daqui a 8 semanas iremos ter novas eleições para o Parlamento.


A POLÍTICA É TÃO DINÂMICA E POR ISSO TÃO APAIXONANTE.

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