domingo, 5 de novembro de 2017

DESASSOSSEGO

JOÃO PINTO


Parece-me por vezes que para a massa portuguesa o que de melhor se faz em Portugal é como que uma pena desfalcada. Belíssima. Que esvoaça e submerge num mundo que não é bem o nosso. E parte em mar de descobrimento. Esta será talvez a crónica mais pequena do mundo. Ou não. Não interessa. Precisarei de um parágrafo. Pontos finais. E talvez um ponto de interrogação. Porquê? Porque sinto que quando não escrevo consigo também escrever mais do que o mundo. Como todos nós. E também porque há obras que não correspondem à necessidade de serem criticadas. Apenas vistas. Lidas. Ouvidas. Em todos os sentidos de cada palavra. Assim me perplexo quando me deparo com o Livro do Desassossego. Assim me senti perplexo quando vi o Filme do Desassossego. Não é por falta de tempo. A ausência de palavras. Há tanto tempo para quem tempo tem. E não é por falta de palavras. Que tão pouco escrevo. Quando há tantas palavras por onde escrever. É por saber que qualquer das obras de que falo. Fala por si.

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