domingo, 25 de fevereiro de 2018

FAMÍLIA, PORTO DE ABRIGO

LÚCIA LOURENÇO GONÇALVES
Tenho a sorte de ter nascido numa família numerosa e que, mesmo após a perda dos nossos pais, continuarmos a valorizar os momentos que conseguimos estar juntos.

Claro que por força da vida de cada um, estes encontros se vão espaçando, até porque também as “nossas crias” vão ganhando asas… Mas ainda assim, conseguimos ao longo de cada ano que passa, manter esse espírito de família. Momentos perfeitos, cujo legado, claramente, nos foi deixado pelos nossos pais que vibravam de felicidade sempre que conseguiam reunir-nos no mesmo dia, à mesma mesa.

Tendo crescido rodeada deste sentimento de união e partilha de momentos únicos, sinto alguma dificuldade em perceber as famílias que vivem distantes, cada um apenas por si, esquecendo-se que têm a mesma origem, os mesmos genes, o mesmo passado comum, no qual partilharam a mesma casa, o mesmo amor dos pais.

É certo que tive pais que mesmo depois de termos “voado do ninho”, se mantiveram vigilantes e atentos aos nossos passos e sempre que ao “ninho” regressávamos a felicidade deles era demonstrada nos gestos mais pequenos, nos olhares mais ternos, nas palavras mais doces… O que faz com a saudade desses momentos seja enorme. Visto por outro prisma, é ainda este legado que faz de nós aquilo que somos. Uma família cujo elo se mantém inquebrável!

De modo que faço os possíveis por passar essa mensagem para os meus filhos, na esperança que da mesma forma, e quando cada um seguir o seu próprio percurso, se mantenham unidos, e sintam a felicidade de fazerem parte de uma mesma família.

Claro que da geração deles, já não fazem parte famílias numerosas, porém com vários primos da mesma idade com quem desde sempre partilharam momentos simples, mas importantes no que respeita a elos familiares, terão, caso todos o pretendam continuar este legado de amor!

Sem comentários:

Enviar um comentário