sábado, 10 de março de 2018

NUTRIÇÃO NOS CUIDADOS PALIATIVOS

MOREIRA DA SILVA
O conceito de qualidade de vida associado à assistência nutricional nos cuidados paliativos é de facto muito subjetivo, uma vez que a noção de qualidade de vida depende do que cada pessoa entende como bem-estar e conforto. Portanto, tendo em conta as diferenças classes sociais, económicas e mesmo estado da doença, as nuances deste conceito vão-se alterando.

“Os cuidados paliativos promovem o alívio do sofrimento, no qual a dor está incluída, quase de uma forma total, reafirmando a vida e a morte como processos naturais.” Como é óbvio, a avaliação da qualidade de vida associada à alimentação nos cuidados paliativos, tende a promover uma melhoria da prestação e promoção dos próprios cuidados, permitindo uma melhor monitorização e gestão do processo.

A alimentação, por si só, tem dimensões que encontram o nosso fisiológico e emoção, promovendo sensações de prazer. Sendo assim, os cuidados de nutrição neste tipo de doentes, aquando de uma satisfação deficitária, condicionam fortemente a sua qualidade de vida.

O ato de alimentar, seja pelos cuidados formais ou informais, assume então uma dimensão imensamente importante e fundamental, quer no doente institucionalizado, quer no doente que está em casa.

Do ponto de vista nutricional, ao mesmo tempo que importa diminuir a quantidade da ingestão, importa também manter toda a sensação de prazer, conforto e satisfação do doente, quer nos sólidos, quer nos líquidos. Recomenda-se atender às preferências alimentares e desejos do paciente, sendo que, se exequível, a ingestão através dos meios tradicionais deve ser então privilegiada.

Em bom rigor se diga, que o forcing na ingestão de determinados alimentos contra a vontade do doente, não ajuda na adesão à terapêutica, nem na própria melhoria da qualidade de vida do doente.

Como é óbvio, todos os procedimentos devem ser tutelados por um profissional da área, que é o Nutricionista, por forma a ir de encontro às necessidades específicas nutricionais e aporte calórico diário do doente em questão.

Nunca nos esqueçamos que a chave “para cuidar de si mesmo, é a cabeça; para cuidar dos outros, é o coração.”

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